terça-feira, 27 de julho de 2010

O Que é Uma Mulher?


Ele, um ator acordou com a seguinte pergunta em seus pensamentos, afinal, o que é uma mulher? Passou o dia com isso na cabeça, com essa pergunta e ele tentava de todas as formas responder. Engraçado um homem tentando responder essa pergunta, mas não havia nenhum problema nisso, quem sabe ele ao menos quisesse entender um pouco mais sobre as mulheres propriamente ditas.

Pensou e tentou responder de todas as formas possíveis, mas não se dava por satisfeito, então, ao chegar em casa de noite resolveu tentar responder na prática o que é uma mulher, tomou um banho demorado, ficou de pé em frente ao espelho buscou seu estojo de maquiagem e começou a se maquiar, mas a se maquiar como uma mulher, uma mulher que talvez naquele instante estivesse se preparando para sair na noite, esse processo pra ele parecia que para elas era um ritual, um ritual de embelezamento de valorização do belo. Ele cuidou de todos os detalhes, dos olhos, das sobrancelhas, cílios, rosto, nariz e por último a boca, nessa parte ele escolheu um batom bem vermelho, passou, tirou o excesso, buscou em seu baú de figurinos e acessórios uma peruca, uma peruca morena de cabelos longos, penteou ela, colocou, penteou mais uma vez, ajeitou e se olhou no espelho.

Ali, ele ator, agora, ele vestido de mulher, pode perceber que todo homem tem um pouco de mulher, tem alguns traços, alguns jeitos, mas percebeu que uma mulher é, um ser de beleza, de sensualidade, mesmo ele com todos aqueles traços masculinos, via no seu rosto uma mulher que não era ele, talvez fosse se não tivesse nascido homem, ou então tivesse sido em alguma outra encarnação. Será que naquele instante ele finalmente respondeu, afinal, o que é uma mulher?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Velhos Novos Amigos

E daí você num belo dia de sol ao sair de casa sente aquele vento morno que te provoca arrepios e é nesse instante que você tem certeza de que está vivo e pulsante, de que você ainda pode ser capaz de suspirar nem que seja por uma lembrança, mas você pode.

Você pode ter o prazer de se lembrar dos momentos mais bobos da sua infância como também dos mais sério, como na vez que você teve catapora ou caxumba e teve que faltar na escola e ficar de cama para repouso, que você pode se lembrar nitidamente no rosto e dos nomes dos seus “amiguinhos” de pré escola, do seu primeiro flerte trocado com alguém da sua escola durante o intervalo, de poder sentir neste exato momento suas bochechas ficarem rosadas como ficaram naquele dia. É bom poder saber que você no meio de toda uma louca corrida contra o tempo ainda pode relembrar coisas que já foram engolidas por ele.

É bom saber que você está assim, ao menos você sabe que pode sentar-se em uma cafeteria, tomar um cappuccino e correr o risco de começar uma conversa com a senhora que está na mesa ao lado, descobrindo coisas sobre a vida dela e também da sua, de descobrir que vocês tem coisas em comum e que um dia qualquer podem voltar a se encontrar, no mesmo café, em outro ou até mesmo no fim de algum espetáculo musical.

Saber que você é capaz de ouvir e perceber quando a pessoa ao seu lado está disposta a se abrir e a te conhecer, e por que não te ajudar e depois de um tempo chegam mais pessoas e você descobre que as pessoas que estão ali na mesa, ao seu lado, estão revivendo um encontro de ex-funcionários de uma grande empresa, e que entre uma lembrança ou uma nova notícia, algum deles vira e pergunta sobre você, você até pouco tempo desconhecido pelas pessoas que passavam por ali, agora reconhecido por aqueles seis amigos que depois de dez anos se reencontraram para poderem perceber que amizade que existia ainda existe, mesmo que cada um tenha tomada um caminho diferente do outro, hoje todos estão ali para ajudar aquele “velho amigo” que, na verdade, continua sendo aquele novo amigo de dez anos atrás.

E que agora por aquelas horas você faz parte daquele circulo, mesmo que apenas naquele momento você é o “novo amigo” daqueles “velhos amigos”.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O meu ou o seu Umbigo!?

E então resolvi sair, desbravar um novo mundo. Cheguei e encontrei uma nova casa, novas pessoas, novos lugares e olhares.
Tenho a nítida sensação de fazer parte desse lugar, mas ao mesmo tempo me sinto um verdadeiro estranho no ninho.
Tive que sair, tive que arriscar para entender o real significado de muitas coisas que antes faziam parte da minha rotina e agora ficam apenas nas minhas saudosas lembranças.
Às vezes me pego meio tristonho, meio depressivo, meio que inteiramente sozinho na metrópole.
Como é sentir-se sozinho, mas ao mesmo tempo estar rodeado de quase meio milhão de pessoas de uma das maiores metrópoles do mundo?
Simples! Aqui, como diria o poeta Cazuza "o tempo não para" e também não anda devagar, aqui ele corre, e nesta exceção é ele, o tempo, que corre da gente e ironicamente não nós que corremos dele.
O tempo é cruel, ele isola as pessoas, não deixa que elas sorriam ou sonhem enquanto andam pelas ruas recheadas de informações, cores, cheiros e amores.
Ele não deixa que as pessoas simplesmente se olhem, se escutem, que elas se permitam.
Que as pessoas permitam-se chorar, sorrir, cantar, dançar, se expressar perante o mundo e perante elas mesmas.
Será que esse tempo bloqueia as pessoas ou são as pessoas que bloqueiam o tempo?
Dúvidas e respostas passaram um grande tempo buscando e desbravando nosso pequeno mundo atrás de respostas que nos mostrem que o mundo é bem maior que nosso pequeno e egoísta umbigo.
Então, você, pessoa...Pare de andar pela rua olhando para o próprio umbigo e passe a olhar o umbigo dos outros.