quinta-feira, 30 de abril de 2009

Feriado de páscoa, quinta – feira santa, estávamos eu e ela no apartamento, família toda reunida, momento de relembrarmos um passado distante e discutirmos um futuro não muito distante. Estávamos nos sentindo presos, vendo a lua cheia da sacada, até que decidimos ir a beira mar, pois a lua nos convidava a encontrá-la, descemos, caminhamos menos do que imaginávamos, atravessamos a avenida chegamos ao calçadão, paramos, olhamos a lua e seu reflexo no mar, tiramos nossos chinelos, nos demos às mãos e caminhamos juntos pela areia, nos sentamos e observamos o quão majestosa estava a lua, conversamos sobre a vida, sobre as pessoas que aparecem nos nossos caminhos, até que a lua nos chamou, paramos e ficamos estáticos, ela chamou mais uma vez e nos convidou para brincar.
Nos entregamos a sua brincadeira, rimos como verdadeiras crianças que nunca deixamos de ser, até que tivemos a idéia de molhar nossos pés nas águas geladas do mar. Incentivados pela lua caminhamos mar adentro, ficamos com água até o tornozelo, mas o que não sabíamos é que tinha mais gente querendo brincar conosco. A lua com seu encanto convidou para brincar Mãe Iemanjá, que nos mandou um onde que nos molhou até a cintura, ao invés de ficarmos bravos, rimos e nos sentimos privilegiados com a presença dela, pois sabemos que ela veio lavar nossos caminhos para que pudéssemos caminhar tranqüilos pela vida. Ainda mais agora banhados com a sua benção. Odoyá Mãe Iemanjá.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

nós

eu sou nós.
não nós de nós mais nós de nós...
tipo:duas pessoas não duas cordas cheias de nós.
Não que as cordas estejam cheias de nós mas elas estão cheias de nós...
mas de nós nós não de nós de nós entende?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tá vou deitar, são nove horas da noite, mas vou deitar. O dia hoje foi longo, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Minha vida anda mais bagunçada que minha mesa de trabalho e olha que eu me acho bem no meio da minha bagunça.
Saco! O que adianta deitar agora se sei que o sono vai demorar em vir, a insônia ou a falta dela anda me perseguindo, ando zanzando pelos meus pensamentos na hora de dormir, penso na minha vida “adulta” e miserável, deixei pra trás muitas coisas e não me conformo, nunca fui bom em me conformar com as coisas. Talvez esse seja um dos meus defeitos, não o fato de não me conformar, mas o fato de não exteriorizar esse inconformismo, essa coisa que me sufoca o peito, que me irrita, que me da vontade de chorar, gritar, bater, correr, fugir; E também to de saco cheio dessa vida “adulta”, gostava bem mais de quando tinha nove anos e ia na terceira série, sério, vai parecer ridículo mas tenho inveja da minha sobrinha de nove anos. Tá, patético, mas é a realidade, ela vive, ela vai pra escola, tem horas livres pra brincar e fazer aula do que quiser, ela não precisa se preocupar em trabalhar, em pagar contas, em ser censurada... Ela apenas vive o dia, vive cada dia como se fosse o primeiro e o último. Ela se permite sentir, experimentar, descobrir e principalmente redescobrir.
Será que se eu voltar pra cama agora fechar os olhos bem forte e pedir, imaginar, rezar, eu consigo voltar a ter nove anos? Consigo voltar e ficar ali, viver nessa idade?
Dói tanto ser adulto, dói tanto ter que descobrir as coisas por acaso. Se algum adulto disser que não dói ele está mentindo ou tem alguma doença psicológica. Por mais que eu tente levar meus dias da melhor forma possível, sempre com um sorriso no rosto, sendo sempre otimista e não tão realista, cansa e dói.
Aí! Minha cabeça dói de pensar a vida tanto, de pensar num passado distante quanto de imaginar um futuro não muito distante ou simplesmente encarar meus dias presentes. Resolvi, vou tomar uns três comprimidos com uma xícara de chocolate quente e vou deitar e olhar para o teto esperando que de lá venha o sono que tanto espero há dias, bem que ele poderia vir por livre e espontânea vontade, ando sentindo falta dos comprimidos que me deixam bem. Última decisão de um dia sem fim, vou procurar um psicanalista, vou buscar a infância que me faltou, vou tentar ver apenas o necessário desse presente e vou fingir que meu futuro é uma lousa negra onde posso fazer dele o que bem entender.
Pronto agora só olhar para o teto e esperar ele chegar.

Carta Dani

Escrevo numa tarde cinzenta e fria
Trabalho pra espantar a solidão e meus pensamentos
Hoje assumi em público minha doença
Estou mais leve, mais livre
Mais ainda tenho muitos medos
Medo de voar, de amar
Medo de morrer, de ser feliz
Medo de fazer análise e perder inspiração
Ganho dinheiro cantando minhas desgraças
Comprar uma fazenda, fazer filhos
Talvez seja uma maneira de ficar pra sempre na terra
Porque discos arranham e quebram
Amor
Cazuza.

sábado, 25 de abril de 2009

Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem...

Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples....

Um dia percebemos que o comum não nos atrai...

Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...

Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...

Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...

Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...

Enfim, descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito....

Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo; a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.

(Por Mário Quintana)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ele disse que viria amanhã e que era para espera-lo no mesmo lugar e no mesmo horário. Uma ansciedade tremenda tomou meu ser no resto do dia e a noite inteira. Mal consegui dormir, as horas não passavam, minha mente não para um minuto sequer tentando buscar em sua memória a voz, o cheiro, o toque e a energia que tivemos no último encontro. Nunca tinha me sentindo tão vivo, eram oito horas da manhã meu despertador tocara eu num único pulo, sai da cama fui ao banheiro tomei banho, me arrumei, passei o perfume que no encontro anterior ele disse que era tão bom.
Fui para o mesmo lugar, na mesma hora, ele não estava. Enfim, isso não me incomodava pois o amanhã havia chego eu e iria reve-lo. Esperei, esperei, esperei... ele não apareceu, não tive mais notícias suas, só sei que o amanhã sempre chega na hora.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Achava belo, a essa época, ouvir um poeta dizer que escrevia pela mesma razão por que uma árvore dá frutos. Só bem mais tarde viera a descobrir ser um embuste aquela afetação: que o homem, por força, distinguia-se das árvores, e tinha de saber a razão de seus frutos, cabendo-lhe escolher os que haveria de dar, além de investigara quem se destinavam, nem sempre oferecendo-os maduros, e sim podres, e até envenenados."

(Osman Lins: Guerra sem Testemunhas)

segunda-feira, 6 de abril de 2009



Nossa gente, a cada ovo frito a humanidade perde um pinto ou uma pinta que poderia crescer e se reproduzir dando novos ovos pra gente.