segunda-feira, 16 de março de 2009

Teorias de um Clown sobre a Vida
(Para o Tamanduá dos Girassóis Brilhantes)

Temos a vida em três caixas
Cada qual com sua cor
tamanho, cheiro, sabor
Primeiro a grande e vistosa
De um tom amarelo claro
Sem cheiro sem nem sabor
Gasta já de muito aberta
Esconde os dias diários
Insossos e repetidos
De memórias tão iguais
São memórias não lembradas.
Cheira a nada mas poeira
Não vejo porque é tão vista
Só pode ser o tamanho
Amada é a caixa errada.
.
A segunda não é grande
de tamanho mas de importância
Ela rege o inesperado,
a surpresa e é azul.
A perfumes ela cheira
De várias intensidades
Não se sabe o que esperar
Assim como o paladar
Mas é melhor desse jeito
É a caixa cumprindo a sua
função, sem isso seria
Mais uma primeira apenas.
É cheia do mais pesado
bom ou ruim não importa
pesa muito o inesperado
e deixa muita memória.
.
A terceira é a menorzinha
Quase uma caixa de anel
por ela pouco se dá
mas é onde o ouro está.
Guardada preciosidade
minha essencia pessoal
libera o triste e o insano
e o apaixonado e o feliz
e o exagerado e o brilhante.
Quando aberta tudo ocorre
tudo o que chamam loucura.
É a mais bela das três caixas
Mais valiosa é importante.
Tem as cores de um espelho
e o cheiro do melhor cheiro
na imaginação criado
cheiro de infância, velhice,
adolescente e adulto,
o aroma da minha vida.
O gosto não sei dizer,
é tão pequena a terceira
que não arrisquei nem provar,
durará pois para sempre.
É a caixa menos aberta
em todos menos em mim
encontrei o prazer em
abri-la só e deixar
uma loucura correr
essa loucura que é estar
verdadeiramente vivo.
(João Henrique Eugênio)

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