segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tá vou deitar, são nove horas da noite, mas vou deitar. O dia hoje foi longo, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Minha vida anda mais bagunçada que minha mesa de trabalho e olha que eu me acho bem no meio da minha bagunça.
Saco! O que adianta deitar agora se sei que o sono vai demorar em vir, a insônia ou a falta dela anda me perseguindo, ando zanzando pelos meus pensamentos na hora de dormir, penso na minha vida “adulta” e miserável, deixei pra trás muitas coisas e não me conformo, nunca fui bom em me conformar com as coisas. Talvez esse seja um dos meus defeitos, não o fato de não me conformar, mas o fato de não exteriorizar esse inconformismo, essa coisa que me sufoca o peito, que me irrita, que me da vontade de chorar, gritar, bater, correr, fugir; E também to de saco cheio dessa vida “adulta”, gostava bem mais de quando tinha nove anos e ia na terceira série, sério, vai parecer ridículo mas tenho inveja da minha sobrinha de nove anos. Tá, patético, mas é a realidade, ela vive, ela vai pra escola, tem horas livres pra brincar e fazer aula do que quiser, ela não precisa se preocupar em trabalhar, em pagar contas, em ser censurada... Ela apenas vive o dia, vive cada dia como se fosse o primeiro e o último. Ela se permite sentir, experimentar, descobrir e principalmente redescobrir.
Será que se eu voltar pra cama agora fechar os olhos bem forte e pedir, imaginar, rezar, eu consigo voltar a ter nove anos? Consigo voltar e ficar ali, viver nessa idade?
Dói tanto ser adulto, dói tanto ter que descobrir as coisas por acaso. Se algum adulto disser que não dói ele está mentindo ou tem alguma doença psicológica. Por mais que eu tente levar meus dias da melhor forma possível, sempre com um sorriso no rosto, sendo sempre otimista e não tão realista, cansa e dói.
Aí! Minha cabeça dói de pensar a vida tanto, de pensar num passado distante quanto de imaginar um futuro não muito distante ou simplesmente encarar meus dias presentes. Resolvi, vou tomar uns três comprimidos com uma xícara de chocolate quente e vou deitar e olhar para o teto esperando que de lá venha o sono que tanto espero há dias, bem que ele poderia vir por livre e espontânea vontade, ando sentindo falta dos comprimidos que me deixam bem. Última decisão de um dia sem fim, vou procurar um psicanalista, vou buscar a infância que me faltou, vou tentar ver apenas o necessário desse presente e vou fingir que meu futuro é uma lousa negra onde posso fazer dele o que bem entender.
Pronto agora só olhar para o teto e esperar ele chegar.

Um comentário:

  1. ele não vem!

    mas, enfim!
    não há nada de ridículo em querer ser criança, em ter inveja delas, 'preocupadas' com o tema, com a prova, com o lanche e com a educação física. não é ridículo (pelo menos eu naum me considero ridículo, to partindo desse pressuposto!).

    vamos fazer um movimento global, tipo 'hora do planeta'??

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