segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tô sozinha em casa, finalmente depois de muito tempo tô completamente sozinha, hoje acordei e nem a televisão eu liguei. Curti a casa, as minhas coisas, na verdade, as minhas tralhas. Agoro to aqui sentada de frente para o janelãode vidro do meu quarto, vejo o sol se escondendo atrás das casas e dos outros prédios, ele dá a mundo um tom avermelhado com toques sutis de um laranja e assim o dia vai se indo e começo a ver meu rosto refletido no janelão, começo a ver a merda de ser humano que sou. Porra, tô cansada de ser quem eu sou, tô cansada de ser a amiga-mãe, sempre preocupada com o bem estar do mundo, isso me lembra cena de um filme, onde a menina assistia a televisão de madrugada quando começou a ver seu futuro. Ela seria a defensora dos fracos e oprimidos e morreria jovem se ninguém notar o que ela reamlente era.
Será que se eu ligar a televisão agora também vou ver meu futuro. Não, não vou ligar, não quero saber do meu futuro. Afinal sempre soube dele e sempre estraguei tudo. Sou uma bosta mesmo. Sempre consegui estragar as coisas, e sei muito bem como, por ser sincera e não querer esconder as coisas.
Mas mesmo sendo sincera e querendo me mostrar boa e disposta para o mundo o tempo inteiro, me esqueci de mim, me esqueci de quem sou, sei apenas da onde venho e não faço a mínima idéia para onde vou. Só sei que agora sou a bosta do cocô do cavalo do bandido.
Olho meus olhos profundamente, me encaro como se estivesse encarando uma desconhecida, uma desconhecida inútil, mosca morta e burra.
Não suporto mais ver a imagem na janela.

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